Questões de aprendizagem | Cena correspondente |
1- Qual a idade estimada da vida na Terra? | 7’ e 20’’ |
2- Explique por que a metáfora da árvore é mais adequada para explicar a evolução da vida na Terra do que a ideia de um transformismo das espécies. | 7’ e 50” |
3- A parte ficcional do filme foi construída em função de uma pergunta: O que é vida? Para além disso, qual é a outra questão fundamental que a ficção encerra? | 8’ e 35”
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4- Segundo Charbel El-Hani, o termo vida é “prenhe de significados”. Quais ideias/discursos/significados é possível identificar na fala das pessoas no ônibus quando elas respondem à questão: o que é vida? | 28’ e 18” |
5- Por quê o Dr. Martin Makler afirma que “somos poeira de estrelas”? | 31’ e 45” |
6- Qual a diferença entre conceitos classificatórios e comparativos? | 33’ e 12” |
7- Vírus e a Terra podem ser considerados seres vivos? Explique a sua resposta. | 33’ e 50” |
8- O que significa dizer que os seres vivos são operacionalmente fechados, contudo, termodinamicamente abertos? | 37’ e 22” |
9- Qual o problema de se definir vida como uma lista de predicados? Qual a solução para este problema? | 39’ |
10- Respondam vocês mesmos a pergunta da Aline: “Haverá uma resposta definitiva para o problema do que é vida?” Por que você pensa assim? | 46’ e 35” |
Respostas para as referidas questões explicitadas no quadro acima:
Questão 1: A idade estimada da vida na Terra é de 3,8 bilhões de anos.
Questão 2: A ideia equivocada do transformismo – a transmutação de uma espécie em outra ao longo do tempo – está geralmente associada a um outro equivoco, a ideia de um sentido, o fim último do processo evolutivo: o aparecimento da espécie humana. De fato, o processo evolutivo não é linear, mas ramificado, e não existe finalismo nem o sentido de progresso e, portanto, não há espécies mais ou menos evoluídas. O processo evolutivo é lento e gradual, de sobrevivência diferencial dos indivíduos que tem alguma vantagem dentro de uma população. Se pudéssemos observar o processo evolutivo no tempo, a perspectiva seria de um grupo diverso se dividindo em dois grupos diversos e esses dois grupos, ainda diversos, se dividindo em mais dois e assim por diante. Destarte, o que melhor descreveria a evolução seria uma árvore. O surgimento de novos ramos (ramificação) seria o surgimento de novas espécies e a quebra de ramos seria a extinção.
Questão 3: A linguagem é fundamental para o surgimento da cultura e como mediadora do conhecimento.
Questão 4: Senso comum, religião, saber ensinado.
Questão 5: Porque todos os átomos pesados que participam da constituição dos seres vivos tiveram suas origens a partir dos átomos mais leves, hidrogênio e Hélio, em reações nucleares ocorridas nas estrelas.
Questão 6: Os conceitos classificatórios não distinguem ou valorizam as formas intermediárias, são conceitos do tipo “tudo ou nada”. Os conceitos comparativos distinguem e valorizam as formas intermediárias, ou seja, o “mais ou menos”.
Questão 7: Uma lista de predicados (características) não é uma explicação, porque ela não propõe um mecanismo gerativo que, posto a operar, produz a fenomenologia do vivo ou o próprio ser vivo. Para além disto, torna-se difícil estabelecer quais predicados são necessários e suficientes para abarcar toda da biodiversidade, presente e passada. A solução seria a proposição um mecanismo gerativo como, por exemplo, a organização autopoiética proposta por Humberto Maturana (1970/1980; 2002).
Questão 8: Um sistema operacionalmente fechado não permite instrução de fora para dentro. Ele é autônomo e, portanto, só obedece a uma lei que lhe é interior. Um sistema termodinamicamente aberto aceita trocas de matéria e energia com o meio. Assim, os sistemas vivos, enquanto sistemas autônomos, são operacionalmente fechados. No entanto, enquanto sistemas que trocam matéria e energia com o meio, eles são termodinamicamente abertos.
Questão 9: Seguindo o modelo da autopoiesis, os vírus não são seres vivos porque lhes faltam as dinâmicas moleculares autônomas – produção de moléculas constitutivas da produção de moléculas que se auto produzem e especificam uma fronteira. Quanto à Terra, seguindo o modelo da autopoiesis, ela também não é um sistema vivo porque lhe falta a dinâmica molecular autônoma. No entanto, a questão pode ser rediscutida em outro nível. Se o observador considerar a Terra, não como um organismo, mas como um superorganismo, constituído de sistemas vivos – os organismos – neste caso, poder-se-ia considerar a Terra como um sistema autopoiético de 3a. ordem, apoiando assim a Teoria de Gaia, proposta por James Lovelock e Lynn Margulis (1974). De outra maneira, poder-se-ia também utilizar de conceitos comparativos, como sugerido por Charbel el Hani (cena: 33’ e 10” do Filme 1), para afirmar que a Terra é “mais ou menos” viva.
Questão 10: Não, porque todo e qualquer enunciado da ciência é passível de ser refutado. Para além disto, os diferentes sistemas de conhecimento aceitam diferentes critérios de validação de suas explicações e, finalmente, porque as diferentes culturas produzem diferentes verdades.