INTRODUÇÃO
Os avanços da Biologia moderna nos abrem horizontes tecnológicos há pouco tempo inimagináveis mas nos impõem, ao mesmo tempo, tremendos desafios éticos. Assim, a título de exemplos, assistimos hoje a invasão dos transgênicos e a possibilidade técnica de se realizar a clonagem humana. Cônscios de que a ciência e a tecnologia nem sempre avançam na direção do desejável, mas do possível, torna-se urgente problematizar, de todas as formas e em todos os níveis, temas relativos à vida e ao nosso que fazer humano, configurando assim um imenso desafio educacional. A importância deste desafio advém da necessidade de estarmos sempre preparados para nos posicionar, enquanto comunidade ético-política, frente às aplicações científico- tecnológicas de nosso tempo.
Este ensaio foi inspirado nas obras dos chilenos Humberto Maturana e Francisco Varela (1, 2, 3) e do inglês Gregory Bateson (4). Aos dois primeiros se devem a criação e ao desenvolvimento do que hoje se denomina de Biologia do Conhecer1. A Bateson se deve a criação de uma forma narrativa denominada “Metálogo” – definida pelo próprio autor como sendo uma conversa sobre um assunto problemático de tal forma que, não somente os participantes discutem o problema, mas a estrutura da conversa, como um todo, é também relevante para o tema que está sendo discutido.
Como exemplos, temos os fascinantes Metálogos batesonianos sobre a Bagunça e o Instinto (4).
A conjunção desta dupla influência, chilena e inglesa, nos inspirou à escrever este ensaio intitulado “Vida, cotidiano e linguagem”, apresentado aqui na forma, por excelência, da discussão – o (meta)diálogo.
Disponível em: https://labaciencias.com/wp-content/uploads/2018/04/metacc81logo.pdf
Como citar?
Andrade, L. A. B. & Silva, E. P. (2003). Metálogo: Vida, cotidiano e linguagem. Revista de Psicologia Clínica, 15(1), 29-43.